Fake news sobre “supermosquitos” provocam pânico no Brasil


Revista científica divulga artigo que incita ao erro. Seis de oito autores pedem retratação à publicação

Uma pesquisa realizada pela empresa britânica Oxitec para combater o mosquito transmissor da dengue por meio de controle biológico está sendo alvo de informações falsas. Autorizada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), a pesquisa não produziu nenhum efeito colateral negativo, ao contrário do que sugerem informações equivocadas, divulgadas na imprensa. Sensibilizar a sociedade para a importância desse estudo é fundamental para que o Brasil possa dispor de uma solução segura e eficaz no combate a uma epidemia que, entre janeiro e maio deste ano, já matou 295 pessoas, segundo dados do Ministério da Saúde. 

Com sede no Reino Unido, a Oxitec é pioneira no uso de engenharia e biologia para produção de insetos utilizados no controle de pragas agrícolas e de vetores transmissores de doenças. Há mais de dez anos, a Oxitec iniciou o desenvolvimento da primeira geração do Aedes do Bem® (OX513A), um mosquito modificado que combate o Aedes aegypti, transmissor da zika, dengue e chikungunya. O Aedes do Bem®, ao fecundar fêmeas, transmite uma modificação genética que produz proles que não ultrapassam o estágio de larva. É esse mecanismo que faz com que a população de Aedes aegypti diminua drasticamente. 

Em 2013, a Oxitec realizou um experimento em Jacobina (BA), devidamente autorizado pela CTNBio. Esse experimento foi feito após 14 anos de pesquisas e 36 semanas de estudos no município baiano, o que significa que a liberação dos mosquitos modificados não foi feita de forma precipitada. Naquela ocasião, os Aedes do Bem® foram soltos durante 117 semanas. O experimento resultou na supressão contínua das populações de Aedes aegypti nas áreas tratadas, totalizando uma redução de 94% na população de mosquitos, durante o experimento. Como previsto, os resultados do experimento em Jacobina demonstram que a técnica requer uma liberação contínua nas áreas tratadas. 

O Aedes do Bem® produz um efeito similar ao de um inseticida, mas por meio de um processo biológico. Para que a redução da população de Aedes aegypti seja percebida, é necessário que o Aedes do Bem® seja liberado durante um período mínimo de um ano. Se esse processo for interrompido, o Aedes aegypti retorna. É para garantir a segurança e aumentar a eficácia do Aedes do Bem® que a Oxitec promove experimentos como aquele que foi realizado em Jacobina. 

Todos os experimentos conduzidos pela Oxitec no Brasil – inclusive o de Jacobina – apresentaram os resultados esperados. Essa informação está presente no dossiê regulatório apresentado pela Oxitec e aprovado pela CTNBio, em 2014. Com base nesses resultados, a Oxitec afirma, com total segurança, que os experimentos não produziram “supermosquitos transgênicos” e “resistentes a inseticidas” ou “capazes de transmitir doenças mais facilmente”. 

A origem das informações equivocadas é um artigo publicado pela revista eletrônica Scientific Reports, em 9 de setembro de 2019. Após tomarem conhecimento dos equívocos contidos no artigo, os editores da Scientific Reports emitiram um alerta, em 17 de setembro, sinalizando que as conclusões estão sob revisão. Isso foi feito à luz das preocupações levantadas sobre integridade científica, da não divulgação de potenciais conflitos de interesse e de declarações prejudiciais e enganosas contrárias às evidências. O artigo, com o alerta de revisão, está disponível neste link: https://www.nature.com/articles/s41598-019-49660-6#change-history. 25/09/2019 

A Oxitec destaca que seis dos oito coautores brasileiros do artigo em questão já se retrataram com relação aos equívocos que produziram uma onda de especulações e informações falsas. O fato de o experimento ter detectado a ocorrência de um mosquito híbrido e que apenas 5% desses mosquitos sobrevivem, não representa risco algum, pois esses mosquitos não causam efeitos adversos e desaparecem em poucas semanas, conforme já era esperado. Essa informação, suprimida indevidamente por difamadores, já havia sido comunicada à CTNBio, que avaliou como seguro o índice de 5%. 

Esses mosquitos híbridos, que desaparecem em pouco tempo e não causam efeitos adversos, conforme atestado pela CTNBio, não são mais resistentes e não contribuem para a propagação de doenças. O próprio artigo da Scientific Reports, assim como outros artigos publicados à época, indicam que a linhagem OX513 desaparece do ambiente em algumas semanas, após a interrupção das liberações, como esperado. A ocorrência dos mosquitos híbridos é, portanto, parte do processo de combate ao Aedes aegypti e não é um efeito colateral. 

O compromisso da Oxitec é fornecer uma solução segura, eficaz e viável, sem impactos negativos para o meio ambiente e para a saúde humana. Por essa razão, lamentamos a divulgação de informações falsas e difamatórias sobre a Oxitec, o Aedes do Bem® e o experimento de Jacobina. Todas as atividades da Oxitec são conduzidas com transparência, segurança e em atendimento à legislação. Estamos à disposição da sociedade para prestar qualquer esclarecimento sobre isso. Para profissionais de imprensa e veículos de comunicação, nossa assessoria de imprensa no Brasil está pronta para oferecer informações que possam facilitar o entendimento sobre nossas atividades. 

Informações para a imprensa: 
João Mauro Uchôa 
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